Thursday, March 05, 2009


Interessado em elaborar? Dentro da organização indeterminante possível!
Mas também em soltar ecos, como retroacções simpáticas ou até canalhas.
Não me devotarei ao Arcano, e a essas foleiradas escatológicas com degradês ou surrealices disgusting! Serei sempre corrente, dínamo, movimento, informação, transmissão, acção, pluralidade, clareza, embriaguês circunstancial, método entusiasta, refutação em baixo obstinado - revelar sim, de Patmos sim, exactamente para que o culto(cultivado) surta frutos protéticos/poéticos, mas nada de oculto como militância. Quanto muito a dissimulação, a teatralidade do essêncial se revelar como uma comédia infinita. Não há evolução para as coisas? Há progresso mimético quiçá de nós com as coisas...
Que se desmorona a tirania... Ou infiltra-se continuamente nas coisas mais delicadas? Pela tranquila intranquilidade? Pela Intranquila tranquilidade? Não-agindo, como um barbudo taoísta armado em regulador das coisas através de uma aturada perguiça? Ou deixando actuar (o quê?) para coisíssima nenhuma. Retorno badalhoco ao Tao, ou Tão, (babuíno-beduíno)? Ou precisamente doçura de um não-retorno a nenhum Tao/Tão.
Como uma esfera a transformar-se noutros sólidos mais brejeiros: demiurgia imperfeita do mundo em catársis. O Ser como imperfeiçoamento.
As leituras são devoradas pela fantasmática realidade. Mas nós passeamos ao lado dos fantasmas porque a nossa carne é a nossa in-sência, assim como a dos deuses.
Era a descoberta do tempo como dimensão sistematizável. Nascia a velocidade, reduzia-se o espaço. Agora a velocidade é outros espaços, cada vez mais ruidosos – a paralogia conspurcada. O ruído e o lixo infiltram-se no virtual como uma apetência por algo ainda mais forte e erótico.
A criação é a reorganização de elementos aleatórios com um pouco mais de aleatório que se abre como vertigem na reorganização. Sincroniza-os. Recupera contextos e dá uma velatura de pseudo-esquecimento. Dá uma organicidade (e não uma forma) aquilo que capturou. É destruição provisória e terrífica, mas apercebe-se que não há purificação possível e radical. O cabrão do dharma não se restaura em putas de hecatombes, nem em fins postiços. Adiamento? Viver é ser provisório, mesmo na mímica saracoteante dos samadhis.

A criação seria uma ordem que se despediu da perfeição para sempre.

Da interioridade do viajar às colónias bárbaras. Do que na escolástica plena das estruturas pelo movimento se transmuta, e transmutando as transmutações se imobiliza um pouco. Detonando o cristalino, pedindo mais beleza do que a oferecida pela paixão. Performando o silêncio na sua cristalização antropomórfica, que de antropomorfa só tem o acaso de ser mais uma morfologia animal excessivamente erecta – mas é a que temos. Reduzindo a uma espécie de magia extensa cada renovação. Destinando-se a um por enquanto, deixando-se seduzir, mas pouco, por funcionalidades ocasionais, como um aperitivo dos contextos.




Está-se na impossibilidade e na impassibilidade de tudo captar. Logo: a necessidade de uma escolha cai-nos como um drama que amaneira existêncialismos de cabeceira. E como se processa essa escolha? É a que vem, convincente, ou nem por isso. Ou aleatóriamente, ou ainda contrariando todas as escolhas que racionalmente ou metodologicamente faríamos. Algum bom-senso? Oh sim! Alguma falta de clarividência. Também acontece! E o transtornado transformador transformando a transformação transforma-se.

O que é a essência? Diz o palitador filosofal mais uma vez para espremer o suco das palavras - a essência não existe, diz o pauliteiro de Miranda brandindo o pau no ar. É uma voz pouco clara, o objecto da metafísica, nhec, nhec. Uma espécie de vontade de pois é no é. Mas o pois acaba por ser um apoio para muita poia.





Dygo a Dyke. E o Demens. A inexorável lei e a trapalhada monumental.

Delirios de Hyperion no carro fatal e solar de Holderlin com Apollo de raio em punho. Reconstruir querias, coitadinho. E a Grécia antiga já perdida no mármore que não o é exclusivamente, nem na bestialidade das estátuas que avançam mortas para uma morte que se monumentaliza visualizando-se. De ti para a origem viajavas, Holderlin. Pobre Louco! Não há regresso para o passado, mas há uma intrusão perpétua do passado como algo irreconstituível, e que se quer vivo como contaminação construtiva sobre as nossas ânsias de fazer qualquer coisa. De ti para Ti fabricavas a tua gréciazinha! Do disperso para a Dispersão, como algo que volta a articular e a reunificar na grande teia que não nos deslarga.

(a revolução começa ou acaba nas garagens dos conceitos? Se souber estacionar? Mas se estaciona o perpétuo fluxo futurista e trotskista ao mesmo tempo torna-se um vulnerável reaccionário de antologia. Ou não há conceitos revolucionários? Só continuas reformas poéticas?)

A música é propícia! Como uma perfeição? Ou como expressão do borbulhar sonoro. AUM + VRAUUM!

A fantasia é a honestidade. A honestidade é a fraude da fraude – a desconfiança cada vez mais sistemática de todas as convicções, mesmo as cépticas.

Espelhos do excesso olhai o meu pudor que frequentemente se exprime em gargalhadas diletantes.

A morte voa e soluça nos espelhos da linguagem, mesmo na que comicha lubricamente. Fala e Foda. Semiótica abundante entre as côxas das amazonas.

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