Saturday, November 11, 2006

«pornoecologia» segundo os italianos


O termo pornoecologia já existe pelo menos desde a publicação em 92 de um livro italiano sobre as pornochachadas da televisão (em que a itália é pródiga), e o termo, julgo, também deve ter sido usado por Braudillard (ai o safado!). Não temos nada a ver com esses gajos. A nossa perspectiva é oposta. A pornoecologia é uma ecologia dos dissimulacros e não uma submissão cínica (com orgulho teórico) à hipersimulação. A simulação é característica dos anos 80: consumo passivo. O uso que Braudillard faz é distinto, por exemplo, do de Deleuze que é neo-nietzchiano e anti-platónico. Mas há uma imprecisão em Deleuze que temos que corrigir socorrendo-nos de filosofos setecentistas como Acceto. É a mentira que se sabe mentira, e que como tal não mente que nos salva do simulacro totalitarista que implica a aceitação de qualquer versão platónica da vida - por isso a «honesta» dissimulação tem um fundo ecológico nas 3 formas típicas de mimetismo já categorizadas desde à muito por Callois: camuflagem, dissuasão e travestismo. É nesta última categoria dionisíaca/shivaísta que nos enquadramos, porque é nela que a sexualidade é evidente e se emancipa como transito, tal como Tirésias mudando serpentinamente de sexo. Não podemos separar Tirésias de Dionísio, porque ambos são versões do mesmo fundo ambivalente.

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