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Passo a passo. Para uma mundialíssima e selvagem pornoecologia. Selvagem como des-domesticada. Sélvaticamente culta.
A pornoecologia tem na arte portuguesa alguns percursores:
1) Lapa, nos seus Campésticos, no seu híbridismo assumidamente joyciano, no gosto pelo rasca dos bas-fons, no assumir a desordem rimbaldiana do espirito («Barulheira») - sexualidade com «campo» & complexidade. Alegorismo : interface sexualizada dos textos com as imagens.
2) Batarda, como pornografo assumido(anglo-latino), como exageta radical e pasrodista autofágico - um caso exemplar de como povoar a arte mais subtil, requinta, eliptíca, hiperintertextual com as mais desconcertantes «caralhices» (ai credo!). É a pornoexcelência (mas sem cacas campestres - o drama batardiano é uma espécie de sindroma esquizoanal). Mas,ò Batarda, quanto te admiro!
3)Ecologismo tantrico de Alberto Carneiro, também com excursões já «pornoecológicas» (fornicar tantricamente com uma pedra!). Carneiro é lírico e é visceral, quase préhistórico.
4)Pseudo-ecologismo de Joaquim Rodrigo. Não sei porque incluo o Rodrigo. Será por causa de uma suposta «ecologia» mental e dos materiais? Apetece-me incluir o Rodrigo. Pronto!
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Há belos textos sobre a tradição «pornográfica» na pintura, como o do Sexo e o Pavor do Pascal Quignard. É um texto um pouco melâncólico. A edição ilustrada é bela. Mas as imagens seriam melhor introduzidas por um filme fracote de Fellino que é o Satiricon, ou pelos textos greco-latinos de Petronio, Apuleio, Luciano, Catulo, etc.
E há uma tradição de arte «environmental» ou de «gardening». Robert Smithson é o nome maior, mas há toneladas de gajos a fazer disto, desde os walking artists como o Richard Long aos tipos mais sonsos da Arte Povera.
Pedro Portugal é outro dos exemplos de uma «environmental art», mas o críticos e historiadores tugas andam demasiadamente destraídos.
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