Provávelmente Baudrillard era apenas um simulacro que pastava cinicamente no jogo sujo das hipersimulações que tudo devoram. A morte de Baudrillard é tão fria quanto a de Sade - não dá para verter lágrimas. É um dos pensadoes mais anti-sentimentais de sempre, e nesse sentido é francês até à nausea, com uma elegância demasiado chique e irritante. Nunca senti simpatia pelo Baudrillard. Ele foi fundamental no mundo da arte em meados dos anos 80 - o seu mais conhecido divulgador foi Peter Haley que conseguiu conciliar o Baudrillard com o Foucault que este odiava. Sim, para J.B. a arte de agora (e talvez a de sempre) era nula, no que tem alguma razão. Mas o fantasma de Baudrillard, menos americanizado, acabará por me visitar muitas vezes. A sua figurinha atarracada e algo ridicula é mesmo a de alguém em busca de um enigmático agigantamento. Apesar de tudo, Baudrillard como estereotipo, amigável adversário e personagem de banda desenhada teórica acabará por me inspirar, como já o fez no passado. Da bomba que ele gostaria de ser, vamos poassar a recordá-lo como traques. Il faut bander, sourtout aprés et sans Baudrillard!
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