continuando as arrumações, encontrei um maço de poemas, meus, ou de «Alcino, o Alexandrino» - um livro de tricas e considerações morais, estilo «antologia grega», escrito entre 88-92 com muita maldicência e filosofia de permeio - sendo um livro «pseudomínico» é o mais biográfico nos pormenores de vidas, minhas e alheias. Dou um exemplo, fracote, se bem que Creon nuns casos seja um e noutros seja outro. Quem é (neste caso) Créon?
Lembram-se de um tal Creon
miserável na vida e mau poeta
e para o qual o objectivo verdadeiro
era ter fama, fêmas e dinheiro?
Hábil parasita, mudou-se de ramo,
é hoje actor e tem outro amo
ao qual suga todo o ouro e comida
enquanto aguarda a glória em vida.
Tem «conhecimento muito» e estratégias,
está quasde a alcançar uns louros tais
que ele não os tendo, nos dá invejas -
mas o de amanhã fácil triunfo
é ao milimetro adiado. Que fado!
Que mais fará Creon? Que mecenas
voltará, candido, a enganart?
E de actor em que é que se irá metamorfosear?
Como suportará novas penas?
a minha intenção era, porém, trasnscrever apenas este paradoxo infantil (da inês, minha filha)datado de 1 de Janeiro de 2004 que está transcrito a lápis no fim da folha:
o que eu quero
é aquilo que eu ainda
não decedi
1 comment:
Esse Alcino, o Alexandrino, ou minha avó ou é meu primo.
Post a Comment