Sunday, June 17, 2007

o paradoxo de inês toste proença


continuando as arrumações, encontrei um maço de poemas, meus, ou de «Alcino, o Alexandrino» - um livro de tricas e considerações morais, estilo «antologia grega», escrito entre 88-92 com muita maldicência e filosofia de permeio - sendo um livro «pseudomínico» é o mais biográfico nos pormenores de vidas, minhas e alheias. Dou um exemplo, fracote, se bem que Creon nuns casos seja um e noutros seja outro. Quem é (neste caso) Créon?


Lembram-se de um tal Creon

miserável na vida e mau poeta

e para o qual o objectivo verdadeiro

era ter fama, fêmas e dinheiro?

Hábil parasita, mudou-se de ramo,

é hoje actor e tem outro amo

ao qual suga todo o ouro e comida

enquanto aguarda a glória em vida.

Tem «conhecimento muito» e estratégias,

está quasde a alcançar uns louros tais

que ele não os tendo, nos dá invejas -

mas o de amanhã fácil triunfo

é ao milimetro adiado. Que fado!

Que mais fará Creon? Que mecenas

voltará, candido, a enganart?

E de actor em que é que se irá metamorfosear?

Como suportará novas penas?


a minha intenção era, porém, trasnscrever apenas este paradoxo infantil (da inês, minha filha)datado de 1 de Janeiro de 2004 que está transcrito a lápis no fim da folha:


o que eu quero

é aquilo que eu ainda

não decedi

1 comment:

Alcino Lameiras said...

Esse Alcino, o Alexandrino, ou minha avó ou é meu primo.